Incrível como o Norte ainda esta impregnado dentro de uma pessoa que se perde todo dia na metrópole de pedra. Fácil sair de lá para “ir bem ali” com os lábios apontados para o horizonte. Ainda mesmo que longe sentir o cheiro do tucupi nas garrafas Pet, da maniçoba e do tacacá que invade as narinas.
Norte, norte, com sua beira recheada de Amazonas com feiras de peixe e chicória. Com dois ou mais beijos para quem precisar. O calor que queima as moleiras das 8h às 16h. Pupunha nos carros de frutas. Os tios e as tiazinhas vendendo umas comidas boas nos cantos das ruas.
Pimenta espremida no prato, cuias de tacacá com camarões graúdos, caldeiradas fumegantes. Nortista é praga boa que se espalha e ensina que norte não é nordeste, que temos canoas nos rios e carros nas ruas, que os cipós só servem para segurar os macacos barrigudos que gritam a beira da noite.
Norte não é morte, é vida que se renova todos os dias que se expande com seu povo que redescobre o Brasil e o mundo. Al vaitice as cabeçinha de alguns que ainda não descobriram a tua beleza. Verde oliva, amarelo ouro e azul anil todos os outros tem, mas o teu é ainda mais brilhante.
Eia povo destemido, solo fértil de imensos tesouros, os teus filhos alegres confiam em um futuro repleto de louros.
