sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo



Eu queria uma estória de vida bem ruim, daquelas que viram tema de novela ou quem sabe um "De volta para sua terra". Queria uma penca de moleques, não ter nenhum dente na boca, ter uma mulher que não junta Ma com Pa. Queria morar no Cu do mundo, dentro de um cômodo onde pudessem viver umas 15 pessoas amontoadas uma por sobre as outras.

Ai aparece um programa que transforma desgraça em Ibope e lagrimas. Como uma pessoa que não tem nenhum dente na boca e com meia dúzia de filhos no barra da saia, consegue passar na TV o domingo toda a desgraça vivida e no fim doa casa, algumas cestas básicas e trabalho.

Começa assim. O pai faz um bico ou da um bico em alguém vez em quando, a mãe não sai de casa, pois tem tantas lombrigas para alimentar que não pode sair no sol, pois corre o risco de virar uma Yakissoba gigante, os filhos não têm instrução, educação nem empurrão nenhum e vão seguir o caminho que os pais seguiram, as meninas sendo parideiras e os meninos na melhor das hipóteses cafetões.

Nos postamos em frente a TV e passamos duas horas para ver que a vida deles foi uma lama só até o bendito dia que um “Consoante Vogal consoante vogal” leu a carta deles e vai transformar as suas vidas num freak show.

Chama meia dúzia de empresários de bolacha água é sal, pega a família e soca dentro de um avião passa 8h indo para um lugar que nem deveria ter aeroporto, entra numa Vam, leva os pobres coitados para um hotel, da banho de loja e da um banho depois.
Vai à casa do pai que não via à 10 anos, apresenta o irmão que nem sabia que existia, pra a 3º mulher do pai que nem tem nome.

Ufá, acabou!

Nada, agora que começou, mete agora todo mundo de novo na vam, volta e coloca eles dentro de uma casa, mobiliada, com uma TV de Plasma em cada ambiente, com mais utensílios domésticos que a Dona sei lá o que possa imaginar, enche as crianças de brinquedos vagabundos, armas de atirar água, pinta o quarto das meninas de rosa, coloca lâmpadas ao redor dos espelhos e chama aquilo de LAR FELIZ.

Ai o empresário da Bolacha água e sal da um trabalho para o marido o outro da escola de computação da um curso para esposa. O marido num consegue falar o nome dos filhos, mas tem um trabalho. As crianças ficam chorando o tempo todo, pois tem um consumismo impregnado de alguma forma dentro delas.

Ai o sonho acaba, o 4 letras vai embora, as luzes se apagam, o marido ganhou um trabalho mais não tem como ir porque esqueceram de dar um carro para ele. A mulher achou que o curso de computação cansava a vista os meninos acham aqueles presentes muito chatos perto do capacete do Star Wars e da Boneca/Princesa/Fada.

O que fazer, chegou a conta de luz, não tem mais comida na geladeira e nem na dispensa, vende uma TV de plasma e a outra e a outra e a luz foi cortada a mulher ta grávida de novo o filho mais velho roubou a venda da esquina e levou um tiro nas costas.

E onde foi parar o 4 letras a única lembrança é a foto no fundo de alguma gaveta, se sobrar alguma.

Bom 2010 de Programação ruim!

domingo, 6 de dezembro de 2009

E lá Vamos Nóis

Imagem da Internet
Hoje é começo e fim de uma parte da vida. Mudanças e novas realidades, passagens e novos momentos estão por vim. Vou para um novo micro mundo de uma nova região de SP, não sei bem o que irei encontrar, mas sempre buscando a felicidade.

Ontem da Janela olhei e não vi nada conhecido, isso me deu um novo fôlego em uma cidade de ar tão pesado.